Essa é uma biografia escrita por Jorge Ferreira que é professor titular de História do Brasil da Universidade Federal Fluminense e pesquisador do CNPQ e da Faperj. Entre outros livros, publicou O imaginário trabalhista - getulista, PTB e cultura política popular (Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2005), Prisioneiros do mito - cultura e imaginário político dos comunistas no Brasil (1930-1956) (Rio de Janeiro/Niterói, Eduff/Mauad, 2002) e, como organizador, O populismo e sua história, debate e crítica (Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2001). A contracapa do livro diz: A biografia de João Goulart permite ao historiador encontrar meios para compreender aspectos importantes da história contemporânea do país, tornando-se uma "janela" para visualizar o passado. Muitos dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais da atualidade, bem como os dilemas, as contradições, as práticas e as tradições das esquerdas no presente, podem ser compreendidos por esse passado político. Muitas respostas aos problemas atuais vividos pela sociedade brasileira, não tenho dúvida, podem ser encontrados na época de João Goulart.
O tema principal do blog é planejamento e gestão que são temas amplos e que para aplicabilidade deles é preciso ter uma gama de habilidades técnicas e comportamentais. É importante que cada um observe e conscientize suas próprias necessidades e escolha o que ler de acordo com seu interesse. O que faço para colaborar com sua jornada é concentrar, em um mesmo lugar, informações, minhas experiências e literaturas que podem lhe ser úteis para melhorar e ou construir o seu planejamento e gestão. Para tanto, já escrevi e publiquei mais de oitocentos textos os quais foram lidos mais de duzentas mil vezes. Política, economia e relações exteriores são temas que sempre estão na pauta de conteúdo para quem trabalha com planejamento estratégico por isso trago para o blog os livros que li e gostei sobre diversos temas. No final do texto para facilitar vou deixar o link da Amazon para que você possa adquirir o livro.
O livro está dividido em 13 capítulos:
1. Janguinho e Jango Goulart
2. O aprendiz e seu feiticeiro
3. O ministro do povo
4. Épocas de crises
5. No governo e na oposição: dilemas de um vice presidente
6. A luta pela posse
7. O difícil caminho do meio
8. De março a março: os caminhos da radicalização
9. Rumo ao desastre
10. Dois dias finais
11. Exílio Uruguaio (Parte1)
12. Exílio Uruguaio (Parte 2)
13. Exílio Argentino
O livro possui algumas imagens de João Goulart (Jango) desde jovem, passando pela presidência até sua morte.
Algumas passagens do livro:
"No entanto, é sempre bom lembrar, não basta os meios de comunicação silenciarem sobre um personagem para apagá-lo da memória das sociedades. Por exemplo, o mesmo processo ocorreu com Vargas, e sua imagem ainda está presente. Existe algo mais profundo nisso tudo. Como foi desenvolvido em trabalho anterior, Jango foi protagonista de um momento de grave crise política, tendo sido deposto do cargo de presidente da República por militares e civis. A partir daí, a memória sobre ele ficou encapsulada nesse episódio. Tratou-se de fato histórico determinante para a maneira como, a seguir, ele passou a ser lembrado. Toda a sua trajetória pessoal e política ficou circunscrita aos dois dias do golpe. Esse se tornou o "seu lugar" - um "não lugar" - na memória e na história do Brasil. "Um "lugar" basicamente polêmico, pois Jango (...) exatamente por estar contido no episódio do golpe de 1964, tornou-se alvo de apreciações em geral nada favoráveis, quer da "direita", quer da "esquerda".
"Mesmo alcançando uma posição invejável. diz Darcy Ribeiro, Jango não assumiu a característica própria dos invernistas que enriquecem. Sua maneira de administrar os negócios e de lidar com os empregados era sempre no sentido de explicar o que queria, não de ordenar. Seu jeito era o de um homem simples, cordial, afável."
"Nas eleições de 1950, o sucesso eleitoral dos trabalhistas, embalado pela expressiva votação em Vargas à presidência da República, não apenas aumentou a bancada no Congresso Nacional, mas também elegeu deputados comprometidos com o nacionalismo e com mudanças na estrutura econômica do país. Entre eles, estava João Goulart . Mas em um contexto de alta do custo de vida e deterioração dos salários, era muito difícil para os trabalhistas seguirem a orientação do presidente e defenderem a "política de consenso", de "colaboração de classes" e de "união nacional". As dificuldades econômicas do país e a queda do nível de vida dos trabalhadores, por um lado, e a tradição nacionalista que se manifestava com vigor naquele momento, como a campanha do "petróleo é nosso", por outro, permitiram que os parlamentares trabalhistas eleitos em 1950, identificados com as reformas econômicas e sociais, ganhassem espaço no partido."
" Em abril de 1956, Jango foi aos Estados Unidos, retribuindo a visita do vice-presidente Richard Nixon ao Brasil. Em Kansas City, declarou que a amizade entre os dois países se devia aos sentimentos cordiais existentes entre as classes trabalhadoras brasileiras e norte-americanas. Com o secretário de Estado norte-americano Foster Dulles e Henry Holland, secretário para Assuntos Interamericanos, o vice-presidente brasileiro debateu o tema neurotizante dos norte-americanos: o comunismo. Para o governo brasileiro, argumentou Goulart, se havia comunistas no Brasil tratava-se de um assunto interno do país, que tinha que ver com o subdesenvolvimento. Diversamente, para o governo dos Estados Unidos tratava-se de um problema norte-americano que ia além das fronteiras do país e cuja solução eram a diplomacia e as Forças Armadas."
"Em 6 de janeiro, a população foi às urnas manifestar-se sobre a forma de governo. A vitória de Goulart foi avassaladora: dos 11,5 milhões de eleitores, quase 9,5 milhões ou cinco em cada seis, aprovaram o retorno do regime presidencialista.
Goulart assumiu seus poderes com a aprovação maciça da população. O plebiscito, na verdade, era a sua eleição para a presidência da República. Seu prestígio, naquele momento, era imenso. Seu programa era, como todos sabiam, o das reformas de base."
"Jango teve amigos que foram com ele até o final. Um deles foi Ênio Silveira, dono da editora Civilização Brasileira. Em carta com papel timbrado da editora, datada de 11 de novembro de 1968, Ênio apresentava um emissário que portava outro denso relatório. Na carta, entretanto o editor se mostrava ora pessimista, ora otimista com o quadro político brasileiro."
Livro - João Goulart: uma biografia
Autor: Jorge Ferreira
Editora: Civilização Brasileira
Número de páginas: 713
ISBN: 978-85-200-1056-3
Edição: 2011
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