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Poemas de Álvaro de Campos: Obra poética IV - Fernando Pessoa

 

🕒 Tempo de leitura: de 4 a 5 minutos - 

Este é um blog dedicado a Planejamento e Gestão isso quer dizer: Educação estratégica e gerencial. Aqui, você encontrará várias indicações de livros, pois ler é essencial para todas as profissões. A leitura e a atualização constantes são fundamentais para o desenvolvimento profissional e para a tomada de decisões mais acertadas. Especialmente para quem trabalha com planejamento e gestão, áreas que são o foco principal do blog, a leitura é ferramenta valiosa. Profissionais que atuam nesses campos, geralmente, lideram equipes e precisam estar sempre bem informados e preparados.

Além de explorarmos temas sobre Educação Estratégica e Gerencial, também reservamos um espaço especial em nosso blog para o incrível universo literário. Sabemos que muitos dos nossos leitores, assim como eu e você, compartilham da paixão pelos livros e pelo conhecimento que eles proporcionam. Por isso, criamos essa seção dedicada para reunir e recomendar obras que podem transformar perspectivas e agregar valor. 

Nesta coletânea publicada pela L&PM, mergulhamos na vertiginosa sensibilidade de Álvaro de Campos, um dos mais intensos heterônimos de Fernando Pessoa. Engenheiro Naval de formação e poeta por vocação, Campos é o cantor da modernidade, da velocidade, das máquinas - mas também do cansaço, da angústia e da solidão urbana. Seus versos oscilam entre o delírio futurista e o desencanto existencial, revelando um eu lírico que deseja "sentir tudo de todas as maneiras". 

🧠 Fernando Pessoa e seus heterônimos

Fernando Pessoa (1888 - 1935) é um dos maiores nomes da literatura portuguesa e mundial. Mais do que criar personagens, ele inventou autores completos - os chamados heterônimos - com biografias, estilos e visões de mundo próprias. Os principais são: 
  • Alberto Caeiro, o mestre da simplicidade e da natureza
  • Ricardo Reis, o clássico estoico, defensor da medida e da razão
  • Álvaro de Campos, o moderno inquieto, que vive em excesso e escreve com fúria
Fernando Pessoa usava esses heterônimos para explorar diferentes facetas da existência, como se cada um fosse uma lente para enxergar o mundo. Álvaro de Campos, em especial, é o mais próximo do próprio Pessoa em intensidade emocional - e talvez o mais humano em sua contradição.


Campos, o modernista - organização, introdução e notas de Jane Tutikian. Em 8 de março de 1914, aos 25 anos de idade, o poeta português Fernando Pessoa teve um insight e, naquilo que ele chamaria mais tarde de "dia triunfal", criou seus três principais heterenômios: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Deu-lhes, além do nome, uma biografia, um bitipo e, sobretudo, uma obra e um estilo poético únicos. Trata-se do único caso de heteronímia de toda história da literatura universal.

Álvaro de Campos era, segundo Pessoa, "o mais histericamente histérico de mim"; era engenheiro, usava monóculo, e o poeta escrevia sob o nome quando sentia um "súbito impulso de escrever não sei o quê". Campos é o heterônimo da modernidade, da euforia, da irreverência total a tudo e a todos, cultuador da liberdade, sedento por experimentar todas as sensações a um só tempo e profundamente influenciado por Walt Whitman. De sua lavra são os célebres versos de "Opiário", "Ode triunfal", "Lisbon revisited" e "Tabacaria" - este último considerado dos mais belos poemas da língua portuguesa.


Fernando Pessoa (1888 - 1935) nasceu em Lisboa. Participou das vanguardas modernistas portuguesas, trabalhou toda a vida como redator e tradutor em escritórios de comércio e morreu aos 47 anos. Da sua poesia em língua portuguesa, publicou em vida apenas o livro Mensagem e alguns poemas esparsos. Deixou uma arca com milhares de poemas que vêm sendo pesquisados por especialistas.

Sumário

Apresentação
Sobre Fernando Pessoa
Álvaro de Campos, o homem da modernidade

Poemas de Álvaro de Campos
Quando olho para mim não me percebo
A praça da Figueira de manhã, 
Soneto já antigo
Opiário
Ode triunfal
Dois excertos de odes (fins de duas odes, naturalmente)
Como eu desejaria ser parte da noite
*Chove muito, chove excessivamente 
Ode marítima
*Os mortos! Que prodigiosamente
Ah, os primeiros minutos nos cafés de novas cidades!
* Através do ruído do café cheio de gente
Saudação a Walt Whitman
Walt Whitman
Saudação
Saudação
Heia o quê? Heia porquê? Heia para onde?
Para saudar-te 
Abram falência à nossa vitalidade!
Para cantar-te,
O verdadeiro poema moderno é a vida sem poemas,
A Fernando Pessoa
Passagem das horas
*Diário na sombra
A Casa Branca Nau Preta
No lugar dos palácios desertos e em ruínas
Não sei. Falta-me um sentido, um tacto
Passagem das horas
Meu coração, bandeira içada
Lisbon Revisited (1923)
Lisbon Revisited (1926)
Se te queres matar, porque não te queres matar?
* Faróis distantes,
* O florir do encontro casual
* Nas praças vindouras -
       talvez as mesmas que as nossas -
Perdi a esperança como uma carteira vazia
Tabacaria
Escrito num livro abandonado em viagem
Apostila 
Demogorgon
Adiamento
* Mestre, meu mestre querido!
* Na última página de uma antologia nova
* Na noite terrível, substância natural de todas as noites, 
Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Nuvens
*...Nocturno de dia
"The Times"
Canção à inglesa
Gazetilha
O soslaio do operário estúpido ao engenheiro doido - 
* Talvez não seja mais do que o meu sonho
Insónia
*Acaso
* Ah, abram-me outra realidade!
Marinetti, académico
* A luz cruel do estio prematuro
Reticências
Apontamento
* Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
* Poema de canção sobre a esperança
* Não se preocupem comigo: também tenho a verdade
* Ah, no terrível silêncio do quarto
* A liberdade, sim, a liberdade!
* Diluente
De la Musique
Aniversário
P-há
Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
Ah, o som do jantar nas casas felizes!
*Hoje que tudo me falta, como se fosse o chão, 
* Há tantos deuses!
* Cesário, que conseguiu
* Paragem Zona
* Diagnóstico
* Bicarbonato de soda
* A rapariga inglesa, tão loura, tão jovem, tão boa
Cul de lampe
*Sim, é claro,
Não! Só quero a liberdade!
Trapo
Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento,
Grandes são os desertos, e tudo é deserto
* Cruz na porta da tabacaria!
Tenho escrito mais versos que verdade
* Tenho uma grande constipação
* Oxfordshire
Sim, sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo
Não sei se os astros mandam neste mundo,
* Ah! Ser indiferente!
Regresso ao lar
* Sim, está tudo certo
Ah, um soneto
Bamboleamos, moscas, com asas e presas, 
* É inútil prolongar a conversa de todo este silêncio
* Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo
Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância
* Notas em Tavira
Realidade
E o esplendor dos mapas, caminho abstracto para a imaginação concreta,
Psiquetipia (ou Psicotipia)
Magnificat
Pecado original
Dactilografia
Puseram-me uma tampa - 
Não será melhor
Lisboa com suas casas
Esta velha angústia,
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Saí do comboio,
A música, sim, a música
Domingo irei para as hortas na pessoa dos outros,
Começa a haver meia-noite, e a haver sossego,
Há tanto tempo que não sou capaz
...Como, nos dias de grandes acontecimentos no centro da cidade,
Depus a máscara e vi-me ao espelho -
* Depois de não ter dormido,
Na véspera de não partir nunca
O que há em mim é sobretudo cansaço -
* Subiste à glória pela escada abaixo
* Às vezes tenho ideias, felizes, 
* Símbolos? Estou farto de símbolos
* Ali não havia electricidade
* Não: devagar
* Os antigos invocavam as Musas
* Há mais de meia hora
* Depois de quando deixei de pensar em depois
Eu, eu mesmo
Estou cansado, é claro, 
Não estou pensando em nada
O sono que desce sobre mim,
Estou tonto,
Todas as cartas de amor são
Ode marcial
* Là-bas, je ne sais où
*Dobrada à moda do Porto
Poema em linha recta
Trapos somos, trapos amamos, trapos agimos -
O horror sórdido do que, a sós consigo,
* Vilegiatura
* O Chiado (a ideia do Chiado) sabe-me a açorda
* Quase sem querer (se o soubéssemos!) os grandes homens saindo dos homens vulgares
* Mais vale o clássico seguro,
* Já sei: alguém disse a verdade - 
* Clearly non-Campos!
Minha imaginação é um Arco do Triunfo
Barrow-on-Furness
O frio especial das manhãs de viagem, 
No fim de tudo dormir
* A vida é para os inconscientes (ó Lídia, Celimène, Daisy)
* Gostava de gostar de gostar
Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos, 
O tumulto concentrado da minha imaginação intelectual
* Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
* Contudo, contudo,
* Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras, 
* Dá-me rosas, rosas,
* Hoje estou triste como um barco negro ao sol
* Ah quando nos fazemos ao mar
* Sucata de alma vendida pelo peso do corpo,
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir
Uma vontade física de comer o universo
Toda a gente é interessante se a gente souber ver toda a ente
Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite,
Mas eu não tenho problemas; tenho só mistérios 
Não tenho sinceridade nenhuma que te dar
O melodioso sistema do Universo,
O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo
Ai, Margarida,
No conflito escuro e besta
Ora porra!
Arre, que tanto é muito pouco!
* Não, não é cansaço
* Mas eu, em cuja alma se reflectem
* O descalabro a ócio e estrelas
* Todos julgamos que seremos vivos depois de mortos
* Meu corpo é a minha roupa de baixo; que me importa
* Ora até que enfim..., perfeitamente...
* O mesmo Teucro duce et auspice Teucro
* Ah, onde estou ou onde passo, ou onde não estou nem passo,
* Que lindos olhos azul inocente os do pequenito do agiota!
* Que noite serena!
* O ter deveres, que prolixa coisa!
* Começo a conhecer-me. Não existo
* Vai pelo cais fora um bulício de chegada próxima,
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
A alma humana é porca como um cu
Está frio.
Na ampla sala de jantar das tias velhas 
Névoas de todas as recordações juntas
Não ter emoções, não ter desejos, não ter vontades,
O que é haver ser, o que é haver seres, o que é haver cousas, 
Mas não é só o cadáver
A plácida face anónima de um morto
Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
* Canção do mocho (aeroplano ao natural)
* Saudação a todos quantos querem ser felizes
* O futuro

Cronologia


Falar de Fernando Pessoa não é apenas falar do maior poeta de língua portuguesa do século XX, é falar, também, de uma personalidade extremamente controvertida (como a de todo gênio) e de uma obra vasta; afinal, Pessoa é vários poetas num só. 

Filho de Joaquim de Seabra Pessoa, funcionario público e crítico musical, e de Maria Madalena Pinheiro Nogueira, Fernando António Nogueira Pessoa nasce em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa, e sua primeira infância é marcada por acontecimentos que deixam cicatrizes para toda a vida. Com apenas cinco anos de idade, em 1893, Pessoa perde o pai, que morre de tuberculose, e ganha um irmão, Jorge. A morte de Joaquim traz tantas dificuldades financeiras à família que Madalena e seus filhos são obrigados a baixar o nível de vida, passando a viver na casa de Dionísia, a avó louca do poeta. 

Livro - Poemas de Álvaro de Campos: obra poética IV
Autora: Fernando Pessoa
Organização, Introdução e notas: Jane Tutikian
Editora: L&PM
Número de páginas: 336
ISBN: 978-85-254-1592-9
Edição: 2007

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📄 Ficha Editorial

Título da publicação: Educação estratégica e gerencial
Tema central: planejamento, gestão e desenvolvimento profissional aplicados a todas as áreas de atuação
Editora responsável: Danielle SV
Formação: Bacharel em Administração
Periodicidade: Publicação contínua, com frequência mínima de 5 postagens semanais
Ano de criação do blog: Março de 2011
Volume: 15 (2025)
Número desta edição: 
Cidade e estado: Porto Alegre – RS, Brasil
E-mail de contato: daniellesv.contato@gmail.com
Site oficial: www.daniellesv.com.br






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