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O Retrato 1

 


Ao longo de 2025, celebraremos o legado de Érico Veríssimo, um dos maiores escritores da literatura brasileira, marcando 50 anos desde sua morte. A Academia Rio-Grandense de letras designou este ano como o "Ano Érico Veríssimo" e, para honrar sua vasta contribuição cultural, indicaremos 12 de suas obras aqui no blog. Cada mês, apresentaremos um dos seus livros icônicos, proporcionando aos leitores a oportunidade de conhecer ou revisitar o universo literário de Veríssimo.

Este blog, dedicado ao Planejamento e Gestão, reconhece a importância da leitura como ferramenta essencial para o desenvolvimento profissional e a tomada de decisões mais acertadas. Profissionais nessas áreas lideram equipes e precisam estar bem informados e preparados. Assim, ler os clássicos de Érico Veríssimo não só enriquece nosso conhecimento literário, mas também aprimora nossas habilidades estratégicas e gerenciais, refletindo a complexidade das relações humanas e as transformações sociais do Brasil.


Segunda parte de O tempo e o vento - uma das mais representativas obras de toda a literatura brasileira -, O retrato narra a saga da família rio-grandense Cambará entre as décadas de 10 e 40, anos de grande efervescência política no país. Ao mesmo tempo que mergulho profundamente na psicologia humana, Érico Veríssimo capta de forma aguda e arrojada fatos e comportamentos sociais da época. Tal procedimento lhe permite criar diálogos e personagens de uma riqueza inigualável, como o dr. Rodrigo Cambará: oportunista político, fruto do caudilhismo urbano, ele é uma verdadeira caricatura da tirania getulista.

Em A rosa dos ventos, primeira parte de O retrato, o dr. Rodrigo Cambará - bisneto de Bibiana Terra e do Capitão Rodrigo - está voltando a sua Santa Fé natal, no Rio Grande do Sul, após a deposição de Getúlio Vargas, em 1945. Democrata aparente, demagogo e pretensamente crítico da tirania e da opressão, o dr. Rodrigo tonara-se um figurão do Estado Novo.


Em Chantecler e A sombra do anjo, Erico Veríssimo faz uma retrospectiva da vida do política entre os anos de 1909 e 1915. É a partir daí que vai se delineando o retrato do dr. Rodrigo: apesar de carismático e dono de uma personalidade marcante, ele é no fundo um homem fraco, que acaba por trair seus próprios princípios morais, caindo na mais profunda decadência.

Em Uma vela pro negrinho, retorna-se à década de 40. Dos filhos do dr. Rodrigo, Eduardo crê ardorosamente na causa revolucionário e critica as posições políticas do pai, assim como a atitude "alienada" do irmão. Floriano, por sua vez, não está preocupado com a revolução, mas com a força mágica que emana da pequena Santa Fé, daquelas histórias de vida apaixonadas, contraditórias, ricas. Para ele, um futuro escritor, aquilo tudo poderia dar origem a um grande romance.

Gaúcho de Cruz Alta, Erico Veríssimo nasceu em 1905, de uma família rica e tradicional do Rio Grande do Sul. Uma inesperada ruína financeira obrigou o então jovem Erico a exercer a profissão de bancário e mais tarde tornar-se sócio de uma farmácia. Em 1930, mudou-se  para Porto Alegre e, dois anos depois, sob a influência do modernista Augusto Meyer, firmou seu nome com a publicação de alguns contos reunidos sob o título de Fantoches, na Revista do Globo. 

Desde então, desenvolveu uma obra grandiosa cujo centro é o mundo rural e urbano do Rio Grande do Sul. Seus últimos livros voltaram-se para os temas da política internacional. Érico morreu em 1975, quando escrevia o segundo volume de seu livro de memórias, Solo de clarineta. Traduzido em todo o mundo, figura hoje como um dos mais lindos e importantes romancistas brasileiros contemporâneos.

Livro: O Retrato 1 






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